sábado, 10 de abril de 2010

UM JORNALISTA LITERÁRIO


Terminei. Desde de quando me deparei com os primeiros textos de jornalistas que escreviam inspirados pela pena de um estilo chamado nos anos 60 de jornalismo literário - ou newjornalism, como era chamado nos EUA, de onde veio - que a identificação foi imediata. Sim, eu terminei a última página de uma das bíblias deste estilo tão esquecido hoje, tanto pelos editores quanto pelos próprios jornalistas. Trata-se de Fama&Anonimato, do jornalista estadunidense Gay Talese. É realmente um banho de como se deve escrever sobre qualquer assunto. Não vou explicar e nem debater o livro, o autor ou seu estilo (ou nosso, se me permitem!). Vou dizer que os dois anos que venho vivendo em redações de televisão, ajudando a fazer um telejornalismo que cada dia mais vomita informações pouco trabalhadas e pouquíssimo originais no colo de telespectadores, não me afastei um milímetro se quer do que acredito ser um bom jornalismo. Refiro-me àquele jornalismo que manda às favas o tempo, a velocidade da apuração (apuração veloz (?), que paradoxo incomodo), as entrevistas feita por telefones, as pautas "compradas" das assessorias etc. 
Vida longa ao Jornalismo Literário, aquele que faz o repórter sujar os sapatos e suar (literalmente) a camisa, bem longe dos ares condicionados das redações.

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