sábado, 10 de abril de 2010

IMPRENSA QUE APRENDE E APREENDE


As reportagens políticas, nos telejornais, provavelmente são os momentos em que o telespectador mais se remexe na cadeira da sala. Não preciso explicar o porquê, é claro. Interessante é quando nos deparamos com algo parecido, no dia-a-dia das pautas.
Sabemos que a imprensa, desde que se ligou ao poder, padece do malefício de servir a este mesmo poder. Saber na teoria é uma coisa, mas quando você vê e ouve in loco a imprensa se curvando a interesses pessoais ou familiares de um ou de outro político ou empresário, a percepção que se tem é que a imprensa também colabora para a deturpação de sua própria imagem.

Fazer cobertura jornalística travestida de publicidade onde a vítima é o povo, é intragável. Se uma emissora de TV comercial faz este tipo de barganha, imagine você uma TV estatal como as legislativas dos Estados e Municípios deste país. Será que podemos realmente confiar no material crítico produzido por elas? De Brasília ao menor dos municípios, da futura TV digital à emissora de rádio de qualquer confim, será que é possível um trabalho de reportagem realmente sem o cheiro da vaidade, da cobiça, do vanglorismo dos donos do poder? O jornalista e fazedor de revistas Mino Carta, certa vez afirmou que as três colunas do bom jornalismo são: manter o pensamento crítico afiado, buscar incessantemente o que há de verdade nos fatos e fiscalizar caninamente os poderes.

Cabe ao repórter estar constantemente atualizando estas vacinas. A mosca azul do poder constantemente nos ronda. Tais práticas tão comuns em nada contribuem para a melhoria de nossa profissão, de nossa cidadania e, é claro, de nosso país.

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